Universidade: conceitos, modelos e funções

Jamile Ferreira


 
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(...) Seguindo tais pensamentos, propõe-se uma Universidade autônoma, democrática, produtora de saber e inserida na realidade brasileira. É proposto, justamente para validar a visão de que ela é uma geradora de “verdades” e saber e não apenas um reflexo do capitalismo, uma nova forma de seleção para os candidatos: baseado na capacidade dos candidatos, e não na análise de seus critérios econômico-sociais e ideológicos, que é o que realmente acontece na Universidade, apesar do processo de seleção de Vestibular.

Por ser uma instituição que surge da sociedade e retorna à ela, propõe-se uma Universidade com a participação efetiva tanto nos problemas internos quanto na busca para solução dos problemas sociais. Infelizmente, o que acontece na atualidade é o desenvolvimento de pesquisa de ótima qualidade. Porém, ao chegar na sociedade, não há execução do plano proposto.

Dessa forma, a Universidade gera conhecimento que se torna distante e praticamente virtual. Assim, gradativamente, vai inserindo na Universidade uma desmotivação e conseqüente distanciamento da sociedade e seus problemas.
O que acontece hoje é justamente um reflexo desse processo citado acima. São gerados inúmeros trabalhos, são informadas diversas teorias, porém, com o distanciamento entre a Universidade e a sociedade, começa-se a discutir a real função da mesma.

A Universidade é um local de discussão. A chegada a um consenso nessas discussões gera muitos planos práticos que visam resultados ágeis e eficazes. A proposta é tornar essa Universidade, não apenas fonte de saber – e sim fonte de ação, pois os universitários estão sendo preparados para a prática na sociedade.

Não se deseja a formação de profissionais, e sim de seres humanos completos - cidadãos, profissionais - pois a realização dos trabalhos aprendidos na Universidade, será na sociedade e para ela, fortalecendo assim seus conceitos, funções, justificativa e seus fundamentos. (...)

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